sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Coragem ou talvez não

Sobre a coragem.
Penso muito nisso.
Na realidade, precisamos muito mais de coragem para viver, do que para morrer... Coragem é enfrentar a vida de cabeça erguida, ter filhos e criá-los com educação e comida na mesa, manter empregos difíceis e trabalhar a mando para pagar contas, tratar de pais e avós velhinhos... e encaixar a dor de perder quem amamos.

Quando se fica muito doente já não se precisa da coragem para nada. Tudo é uma inevitabilidade. A vida corre ao lado, e fica-se a vê-la passar, já não participamos. Andamos a toque de caixa, a reboque da batalha. Aquilo que antes fazíamos por coragem passamos a fazer por medo, por necessidade. Instinto de sobrevivência, puro e duro, é o que é.

Sempre fui medrosa, nunca arrisquei muito para lá do valor seguro. Por medos vários, acabei muitas vezes menos feliz do que deveria ter sido.  Não posso agora, com honestidade, aceitar elogios que nunca me assentaram.

Perante adversidades destas, somos todos iguais.  Mesmo os que pensam que não aguentariam tão grande provação, cedo iriam aprender que não há outro remédio e que o que tem de ser tem mesmo muita força. Não sabemos, mas nascemos equipados para isto.
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4 comentários:

Madalena disse...

Querida Teresa, a tua coragem é doce. É assim que eu vejo e sinto.
Anda a par dos teus afectos e da tua capacidade de amar sem limites.
Beijinhos grandes. <3
Já vou no terceiro textinho que esta coisa dos comentários é complicada.....

Unknown disse...

Minha doce e querida amiga
Não..não é verdade que todos nasçam equipados para "isto". Há muitos que desistem muito antes de começarem a verdadeira batalha. Sinto que te ultrapassas sempre e para além do enorme carinho que já tinha por ti, sinto agora uma admiração que não tem tamanho que possa ser medida ou pesada! és uma valente, corajosa e nunca te limitaste a ver a doença passar. Sempre a trataste por tu, e tens-lhe dado guerra, sempre a lutar, porque vale a pena lutar e vale a pena tentar! Sem tentar...sem lutar, a vida perde-se no desânimo instalado muito antes de se perder para o mundo. Nas tuas veias corre um sangue forte, que agride os invasores e tem um espírito bravio e indomável! Não T., assim só alguns porque a maioria fica-se pelo caminho. És tão sensível quanto inteligente, tão bonita quanto corajosa e o teu "ponto final" é um parágrafo, num texto corrido que ainda vais escrever muito tempo. Só te desejo que continues a luta porque acredito que pessoas como tu têm sucesso! Mais não digo, mais não escrevo mas tudo sinto e ainda te sinto muito longe do teu ponto final!

Teresa disse...

Teresinha, olha que tentei que o blogue se chamasse "ponto final parágrafo" mas já estava ocupado. Soa a despedida, e de certa forma começa a ser mas também ainda não a sinto definitiva. Tenho a noção de que já escrevi uns parágrafos nesta história...
Mas não me sinto nada corajosa, acredita...

Unknown disse...

Ahhh inda bêm!! Adoro parágrafos!