Amanhã, quando acordar, fará 6 anos que estou viva. Não é bem viva, viva, é mais ou menos viva, e até já um bocadinho morta. Uma parte de mim ficou-se por ali, naquele dia de agosto de 2008. Não tive mais um dia de felicidade pura e dura; não houve outro sem cancro, fosse por que razão fosse, nunca mais se fez esquecido, nunca mais saiu de mim.
Mesmo no quase ano e meio em que me deixou em paz, a paz nunca foi mesmo paz, a alegria nunca foi mesmo alegria, as noites nunca mais foram merecidos momentos de repouso pois nunca mais existiu verdadeiro repouso. Foram seis anos de inquietude e sobressalto, de desilusões sucessivas e muito medo.
Também foram seis anos de amizades, de amor e de descoberta do verdadeiro valor da vida. Com sabor a tarde demais.
Pudesse eu, e num minuto, perdia a Lina e a Natália, a Madalena e a Teresa, a Estela e a Suzel, a Sandra e a Sónia, a Mari, a Ana ou a Carmo, entre algumas outras. Passava por elas na rua e não as conheceria, a vida não nos cruzaria. Uma perda terrível que só seria compensada pelas maiores das dádivas: poder reconhecer a felicidade de criar a minha filha (foi tão bom enquanto durou), sabê-la feliz e tranquila, sentir a paz e conseguir descansar de noite... Estou certa de que elas também prescindiriam de mim.
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Mesmo no quase ano e meio em que me deixou em paz, a paz nunca foi mesmo paz, a alegria nunca foi mesmo alegria, as noites nunca mais foram merecidos momentos de repouso pois nunca mais existiu verdadeiro repouso. Foram seis anos de inquietude e sobressalto, de desilusões sucessivas e muito medo.
Também foram seis anos de amizades, de amor e de descoberta do verdadeiro valor da vida. Com sabor a tarde demais.
Pudesse eu, e num minuto, perdia a Lina e a Natália, a Madalena e a Teresa, a Estela e a Suzel, a Sandra e a Sónia, a Mari, a Ana ou a Carmo, entre algumas outras. Passava por elas na rua e não as conheceria, a vida não nos cruzaria. Uma perda terrível que só seria compensada pelas maiores das dádivas: poder reconhecer a felicidade de criar a minha filha (foi tão bom enquanto durou), sabê-la feliz e tranquila, sentir a paz e conseguir descansar de noite... Estou certa de que elas também prescindiriam de mim.
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